Ceremonial Oath – The Book Of Truth 2 CDs ** ULTIMA CÓPIA**
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Para responder essa pergunta primeiro temos que olhar para a banda e sua formação.
Ceremonial Oath foi formada em 1988, primeiramente chamou-se Striker, logo mudou para Desecrator e em 1990 consolidou-se o nome Ceremonial Oath.
Situada em Halland Na suécia, sua formação canônica é composta por 4 membros, com nomes de grande peso hoje em dia:
Anders Iwers, Guitarra
Oscar Dronjak, Vocal
Jesper Strömblad, Baixo
Markus Nordberg, Bateria
Provavelmente você já conhece grande parte destes nomes certo? Se não conhece acompanhe esse texto até o fim...
Assim que a banda começou a compor suas primeiras músicas, a ideia inicial era de seguir os moldes dos grandes mestres, que eram suas principais influencias, bandas como Death, Morbid Angel, Dismember, Pestilence, Manowar, Motorhead e etc...
Certamente você nunca escutou nada similar às primeiras gravações da banda, já de início percebemos uma mistura crua de diversos gêneros, temos o Death Metal predominante, escutando mais um pouco percebemos alguns agudos estilo Tom Araya (Influencia direta de Slayer) e junto a tudo isso também temos um pequeno toque de Heavy Metal (Influencia de Motorhead e Manowar).
As demos de 1990 foram uma fase muito experimental da banda, algo muito bom que raramente se vê por aí, na primeira escuta pode soar estranho, mas dando uma leve insistência já pegamos o ''feeling'' que nos foi passado.
Elas foram tao bem recebidas no underground que renderam para banda um contrato com a Corpsegrinder Records, um grande selo que lançou seu primeiro 7''EP.
Em 1992 , ''The Lost Name Of God'' (7'' EP) vem ao mundo. Esse é um lançamento que possui apenas 2 músicas onde nitidamente vemos um salto GIGANTESCO em todos os sentidos, a banda deixou de lado a mistura de gêneros e abraçou com força o Death Metal. A produção está bem mais trabalhada, sonoridade e riffs mais coesos e sólidos, palhetadas rápidas e secas e o vocal agudo, brutal e esganado, super influenciado pela banda Death.
Dois anos se passam e em 1993 The Book Of Truth ganha vida. Com certeza este é um lançamento singular, diferenciado e único em todos os sentidos.
Começando pelo conceito do álbum, onde cada música nos traz de um capítulo diferente da historia fantasiosa. Simon, nosso personagem principal protagoniza um trajetória repleta de misticismo, reviravoltas e traições, logo no início ele se vê abandonado por deus, renega sua fé cristã e isso da início a sua jornada, conjurando e enfrentando grandes demônios em sua busca pelo Livro da Verdade... Sem mais spoilers, caso queira descobrir como a historia progride e termina você terá que escutar o álbum e acompanhar as letras.
Sobre a sonoridade, prepa-se para 45 minutos de Death Metal sueco da melhor qualidade. Já sabemos da influencia predominante americana, mas agora temos uma banda madura utilizando ao máximo seu próprio estilo para criar algo genuinamente novo.
Somos introduzidos ao álbum por uma faixa instrumental épica que já nos da uma ideia do que iremos encontrar pelo caminho.
Logo em seguida, como um soco, temos musicas rápidas e agressivas que nos pega em uma ótima surpresa. A medida que o álbum progride ficamos cada vez mais envoltos na atmosfera da obra, assim que terminamos de escutar o disco queremos reescuta-lo para pegar os pequenos detalhes que deixamos passar na primeira audição.
Temos de tudo nessa gravação, partes rápidas e brutais, algumas mais lentas e épicas, músicas grandes que nos envolvem e musicas pequenas que nos fazem querer bater cabeça. Após esse turbilhão de emoções que sentimos enquanto acompanhamos o álbum, nada mais perfeito do que encerrar a obra do mesmo jeito que começamos, com uma faixa instrumental épica.
Podemos classificar a banda como pré-melodic death metal, para amantes de In Flames, Dark Tranquillity, Death, Morbid Angel, Pestilence, Grotesque e etc...
Acha que acabou por ai? Olha a influencia desse lançamento na cena sueca:
• Logo após o lançamento deste álbum Oscar (Vocal/Guita) fundou o Crystal Age e em seguida o Hammerfall onde ele permanece até hoje.
• Anders (Guitarra) saiu do In Flames, banda que foi o fundador, tocou no Cemetary, juntou-se ao Tiamat e Dark Tranquillity onde toca até hoje.
• Markus (Batera) tocou no Cemetary, gravando três álbuns, Black Vanity, Sundown e Last Confessions.
• Jesper (Baixo), deu foco total ao In Flames, que fundou junto com Anders em 1990 e ficou até 2010, tocou um pouco nos primeiros anos do Hammerfall e depois fundou o Dimension Zero em 1995.
• Mikael Stane o vocalista do Dark Tranquillity, fez o logo para Ceremonial Oath.
• Anders Friden, o vocalista do In Flames fez os vocais no segundo álbum de estudio do Ceremonial Oath, Carpet (1996)
• A arte do 7''EP foi feita por Niklas Sundin, Guitarrista do Dark Tranquillity (1991-2020).
• A arte do álbum foi feita por ninguém menos que Alf Svensson fundador do AT The Gates, Grotesque e Liers In Wait.
Concluindo:
Podemos muito bem dizer considerar o Ceremonial Oath um SUPER GRUPO que conseguiu de inúmeras maneiras, reunir literalmente TODAS as bandas pioneiras e famosas do melo-death sueco em um lançamento só.
É exatamente por isso que esse é um dos álbuns mais importantes da historia do metal sueco, não é a toa que a prensagem original de 1993 deste CD está sendo vendida mais de 500 reais na internet.